quinta-feira, 17 de maio de 2012

A HISTÓRIA DOS DOIS EMPREGADOS


Havia dois homens que estavam à frente de uma fazenda imensa cheia de empregados.

Os dois eram terríveis, estúpidos, insolentes, interesseiros e muitas outras coisas ruins. Os empregados tremiam só de ouvir o nome deles. Abusavam das funcionárias, não respeitavam ninguém. Infiéis às esposas, esses homens eram ainda piores, à noite, quando bebiam.


Um dia, o dono da fazenda lhes escreveu dizendo: "Ouço toda espécie de mal a respeito de vocês. Irei visita-los e levarei a polícia comigo; se não tiverem corrigido o mal que causaram, vou responsabilizá-los e metê-los na cadeia".
 
Um deles, ao pensar em tudo o que tinha feito de ruim, e no quanto era impossível corrigi-lo, teve um enfarto e caiu morto. O outro, aproveitando-se da situação, formulou um plano e foi falar com o padre da região:

- Então, senhor padre, o meu amigo morreu e nosso patrão está chegando para o enterro. O pobrezinho não pode mais se defender, e não vale a pena sujar a sua imagem com as coisas que aconteceram no passado... O que passou, passou. Sei que também não fiz muitas coisas boas, mas, como andávamos sempre juntos, o que disserem de mim vão atribuir também a ele e não vale a pena manchar a reputação do pobre defunto. Na verdade, eu gostaria que o senhor dissesse, no sermão do enterro, que ele era um santo. Como as pessoas respeitam o senhor, ninguém irá desmenti-lo...
- Jamais! – respondeu o padre. – Esse indivíduo era um sem-vergonha, cruel e aproveitador. Não vou mentir para encobrir seu mau caráter.


- Padre – argumentou – o senhor tem razão, mas para que entristecer os amigos, parentes e o patrão, falando das coisas ruins que já não têm importância e nem vão mais acontecer?

- De jeito nenhum! – acentuou o padre. – Nunca direi que o seu amigo era um santo! E me deixe em paz! Saia!

Desesperado, o homem põe sobre a mesa um saco cheio de dinheiro e propõe:



-Quinze mil, para dizer no sermão que ele era um homem santo.

O padre ficou calado... pensativo... Então pegou o dinheiro e o pôs no cofre.


No outro dia, na hora da encomendação, o homem aproxima-se do reverendo e diz:


- Não esqueça! Tem de dizer que ELE ERA UM SANTO!.

O padre, então, começa o discurso:

- Meus amigos. Este homem que está aqui no caixão foi um indivíduo dos piores. Um homem malvado, dado aos vícios, um tormento para os que com ele conviviam. Ladrão, mentiroso, traidor, rude e autor de todo o tipo de mal; escravo do pecado, preferiu morrer a Ter de mudar. Mas, comparado ao seu amigo, que tentou subornar o padre, ELE ERA UM SANTO.

É mais fácil fingir-se de bom, do que ser bom de fato. Por isso o mundo está cheio de farsantes.

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